Quando
falo para vocês que tenho a impressão que  vivi minha infância em outro planeta, muitos
acham que exagero! Então, vejam isso!
A
coisa mais importante que descobri quando comecei freqüentar a escola, foi meu
nome.
É
verdade!
Descobri
que meu nome era ”Jossara”, no primeiro dia de aula.
Até
então,  só conhecia meu apelido!
Quando
a professora fez a chamada e falou Jossara, salientando bem o “Jo”, corri os
olhos nos colegas  tentando descobrir  quem seria a coitadinha com  aquele nome esquisito. 
Ninguém
respondeu!
Então,  ela levantou e caminhou vagarosamente em
minha direção,  colocou um recorte de
cartolina com o nome escrito na minha carteira. Olhou para mim e falou:
- Jossara?
Fiz
uma careta e pensei: 
- Eu?
Não!
E desabei
a chorar!  Não podia acreditar que aquele
nome  horrível era meu! 
Decididamente
não queria ser chamada por “ele”.
Levantei,
abri a porta e sai  correndo da sala!  Fui até o pátio  e fiquei 
lá chorando.
A
professora  me levou de volta para a sala,
 é claro,  todos riram de mim, mas eu nem ouvia. Tinha a
impressão de estar em outro mundo, sendo apresentada para outra pessoa que não
era eu, mas seria eu a partir daquele dia!
Eu
não acreditava que daquele dia em diante eu seria aquela “ horrível Jossara”!
Para
piorar a situação, na minha sala havia outra menina com  o mesmo nome, porém o dela era mais bonito,
“Juçara”.
Minha
mãe explicou que o meu nome foi um erro do cartório, pois era para ser Jussara.
Eu
odiava meu nome!  Nunca escrevia com “o”,
os professores não  percebiam ou não se
importavam muito.
Na
verdade, só comecei escrever meu nome com “o” depois que fiz minha carteira de
identidade, então assumi!
Que
grande bobagem! Quanto sofrimento, por causa de um simples nome!
E hoje
nem acho  feio. Poderia ser pior!
Então, vocês não concordam que devo ter vivido em
outro  planeta?
Onde já se viu uma criança de sete anos, não
saber  seu próprio  nome?
Beijos!
Jossara
Bes.