sábado, 25 de setembro de 2021

MINHA MÃE QUE ME ENSINOU

 Minha mãe me ensinou, que nos momentos quando  a vida, por ventura, me apresentasse  situações turbulentas, e caso eu ficasse sem   saber o que fazer, ou me sentisse  perdida, que me ajoelhasse e rezasse!

 

 

Orientava ainda, que fechasse meus olhos, para não distrair o pensamento e me “agarrasse com  Deus”!

Percebo hoje, como esses simples ensinamentos botaram sentido na minha vida!

“Se agarrar com Deus”  é confiar, pois muitas vezes se faz necessário aquietar os sentidos, desacelerar o coração e organizar o pensamento!

Me ensinou também, que mesmo agarrada a Ele, se faz  necessário agir com coragem e paciência, compreendendo e aceitando que no tempo de Deus, tudo será resolvido!  

O tempo passa e a vida segue!

E a cada dia, se fortalece em mim a certeza, que as lições que aprendi em casa, sem livros, nem palavras rebuscadas, são as mais preciosas!

Ensinamentos que me amparam e me  acalentam, sempre que a vida pede!

 

Gratidão!

 

 

Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 


 

domingo, 12 de setembro de 2021

BRINCANDO DE MORRER


Para meus irmãos: Marilim, João, Roque, Marlouve e Silvia! (Eloá e Luis Carlos, que já voltaram para o céu)

Com amor!

 

Enquanto a primavera tingia o dia com melodias perfumadas, minhas duas irmãs maiores cumpriam suas tarefas de limpar e organizar a casa.

Meu irmão, mais velho que eu, resolveu tirar o tempo para aborrecer e azucrinar  minhas irmãs, pois a todo o momento, entrava em casa  e saía em seguida, com o perverso objetivo de  sujar o chão que elas acabaram de limpar!

 

Eu, sem prestar muita atenção, ouvia os xingamentos ficando mais e mais acalorados!

Cada vez que ele entrava em casa, correria, tabefes e gritaria!

Mesmo assim, ele não parou!

 

Então, minhas irmãs bolaram um plano!

Se fazendo de sonsas, disfarçando a intenção, aguardaram!

Quando ele apareceu, pularam em cima dele  e o prenderam dentro de uma caixa  que havia na cozinha!

Caixa essa, de madeira robusta  e  tampa  bastante pesada que tinha a serventia de  armazenar mantimentos do tipo, feijão, arroz, farinha...

Decerto, por aqueles dias, não havia muitos itens armazenados!   

 

Minhas irmãs acabaram a limpeza e não se ouviu mais nem um “piu” de meu irmão, trancafiado dentro da caixa!

Quando  lembraram dele,  já havia se passado bastante tempo!

Correram para  abrir a caixa! E lá estava ele, mãos cruzadas sobre o peito e os olhos cerrados.

 

Elas, chamaram, gritaram, sacudiram estapearam e nada! Ele permaneceu imóvel, “mortinho da silva”, como se dizia!

Então, elas se desesperaram!

 

Com tanto estardalhaço, curiosa, fui ver o que estava acontecendo!

Minha irmã olhou para mim e aos prantos,  falou:

- Corre chamar a mãe, avisa que o João morreu!

 

Eu ainda não entendia ao certo o que  significava  “morrer”, no entanto, compreendi, pelo choro de minhas irmãs, que era algo muito triste, e que eu também precisava chorar!

 

No mesmo instante saí correndo, limpando o choro da cara e gritando por mamãe!

 

Minha mãe  que se ocupava da capina no morrinho das batatas, percebendo meu desespero, largou a enxada e correu ao meu encontro!

 

Me joguei contra ela  falando com voz chorosa:

- Mãe, mãe o João morreu!

 

Mamãe largou de mim e correu feito uma flecha, rumo a nossa casa!

Lá chegando, meu irmão, que o tempo todo estava se fazendo de morto, sentindo a presença de nossa mãe e pressentindo o que iria acontecer, não aguentou mais o fingimento e desatou  a rir! E logo, logo a chorar, pois começou a apanhar de minha mãe!

 

Entramos os quatro pra uma “roda de laço”!

Até eu, que não tinha nada a ver com isso!

 

Imagine o susto, o desespero de mamãe!

Depois de passado o sobressalto, rimos muito!

 

Eita, brincadeira de mau gosto!

Naqueles tempos,...velhos tempos!

 

Beijos!

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 


 

domingo, 5 de setembro de 2021

MINHA MÃE QUE ME ENSINOU


 Minha mãe que me ensinou...

 

“Hoje é domingo

O teu pai é um gringo

Eu vi ele na porta da venda fumando cachimbo

O cachimbo é de ouro, bateu no touro

O touro era fraco, caiu no buraco,

O buraco era fundo

E acabou-se o mundoooooooo”.

 

(Minha mãe que me ensinou, desconheço o autor)

 

Naqueles domingos, no meu pequeno lugarejo, era dia de rezar o rosário, junto com todos os outros moradores!

Dona Leni, bonita e elegante, voz de cristal, conduzia as rezas, enquanto meus olhos travessos cobiçavam as roupas bonitas, das meninas da minha idade!

Naqueles tempos, no meu pequeno lugarejo...

 

Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.