quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

"OLHA, VOCÊ VAI PARA O INFERNO"


 

Naquele tempo, tudo que não era “o certo”, era pecado!

E todo pecado, carregava a gente para o inferno!

E o inferno daqueles tempos, era o pior lugar que alguém pudesse imaginar, ou melhor, dava medo até de imaginar!

 

Eu vivia me cuidando, desviando dos pecados, para não ir para o inferno!

Era preciso estar alerta, vigilante, presente na vida de corpo e alma, pois minha mãe me ensinou, quando eu ainda era muito pequena, que Deus sabia de tudo, inclusive dos meus pensamentos!

Isso às vezes, me dava uma gastura, pois não eram poucas as  “feiúras” que se apropriavam vez em quando,  do meu pensar! Então, eu sentia muita vergonha de Deus!

 

Nessas ocasiões,  minha mãe também me ensinou, que eu deveria sempre, primeiro contar para ela, pois  ela era a única pessoa que poderia me ajudar pedir para Deus me perdoar, ou receber  as “instruções perdoadoras“  que Deus mandasse!

E às vezes, dependendo do “pecado” que eu cometia, Deus era muito rápido, respondia de pronto para minha mãe! E minha mãe cumpria, sem dó nem piedade!

Eu, apanhava e chorava, prometendo que não aconteceria novamente! 

 

Com o passar do tempo compreendi a sabedoria contida nesse ensinamento:

 “Tudo que não é o certo é pecado, e leva a gente para o inferno”!

Pois, desviando do que é o certo, a paz da vida se desintegra!  

O brilho dos olhos se apaga, o coração fica pesado, a mente confusa, um verdadeiro inferno!

 

Podemos até fingir, mas  Deus sabe dos nossos pensamentos!

E poder “olhar nos olhos de  Deus”, é estar em paz!

 

Beijo carinhoso!

 

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

 

 

 

 

domingo, 24 de outubro de 2021

RIO ABAIXO, MATARÉU

Naquele tempo, eu comia bibiti sentindo a terra estalar nos dentes, com os pés crivados de rosetas, 

e me sentia feliz!

 

Bebia água da cacimba, comia feijão com arroz, dormia em colchão de palha

e sonhava feliz!

 

Tomava banho de rio ou de bacia, esfregava o corpo com trapo e sabão em pedra, secava ao sol ou com um pano qualquer

e suspirava feliz!

 

Naquele tempo, tempo “bão”!

De café coado,

ovo frito, feijão mexido requentado,

torresmo e pinhão sapecado!

 

De vaga-lumes no terreiro,

Mão pelada no potreiro

E raposa no galinheiro!

 

De risadas e gritaria

Canela esfolada, unha arrancada,

Galo na testa, prego no pé!

 

Carrapicho no cabelo

Barro no corpo inteiro

Rio abaixo, mataréu...

Meu lugarejo, meu céu!

 

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

 


 

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

SABOR DE CARINHO


 

- Bom dia, minha prof. preferida!

- Feliz dia dos professores!

 

Kika professora

Se diverte como pessoa

Cuida dos pequeninos

E só tem idéia boa

 

Amor pela profissão

Ela tem de sobra

Faz tudo com muito carinho

E se diverte com os baixinhos!

 

 

Acordei assim, recebendo carinho em forma de versinhos!

Kamilla, minha querida sobrinha e afilhada, gosta de brincar com as rimas das palavras, assim como eu!

Quando ela era bem pequena inventamos o “jogo de rimar”.

 

Era assim:

Alguém falava uma palavra e os outros, um de cada vez, precisava falar outra palavra que rimasse. Ex: Flor, amor, cor...

Essa brincadeira simples rendeu muitas risadas e de quebra o gosto pelos  versinhos!

Gosto de carinho!

 

Gratidão a todas as manifestações de carinho que recebi no dia de hoje, dia do Professor!

 

Gratidão a todos meus queridos professores!

 

 

 

Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

 

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

QUANDO EU ERA PEQUENINA



Quando eu era pequenina

Um pedacinho de gente

Sonhava rios de chocolate

E chuvas de cachorro quente

 

As frutas que eu conhecia

Não precisava comprar

A natureza provia

Para todos saciar

 

Pitangas e guabirobas

Araticuns e amoras

Adocicavam meus dias

Naqueles tempos sem horas

 

A fruta que eu mais gostava

Tinha o nome de guaiava

Era o melhor dos sabores

Enquanto a gente brincava

 

Quando eu era pequenina

Um pedacinho de gente...

 

 

Beijo carinhoso.

Texto e fotografia de Jossara Bes.