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sábado, 30 de junho de 2012

RETORNO

Minhas Fotos - 2012


Hoje me veio a mente
Um sorriso cativante
Saído das brumas do passado
Se fez presente, por um instante!

Doce alento veio em ondas
Aquecendo o coração
Uma lembrança inocente
Exercendo sedução!

Quem explica esse retorno?
Sem motivo, sem razão
Mistura de sentimentos
Carregado de emoção!

Hoje me veio a mente
Um sorriso encantador
Embalado para presente
Numa caixa de amor!



Desejo a vocês maravilhoso fim de semana!
Beijos!
Jossara Bes!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

AMADURECENDO


Minhas Fotos - ( 2012 )





Já não reclamo mais do frio!
Coloco mais agasalhos!
Faço fogo na lareira!
Assisto bons filmes!

Aprendi  que resmungar ou reclamar,
Não muda nada!
Muito menos o clima!

Percebi que devo aproveitar
Cada acontecimento no seu tempo!
E que nada será antecipado ou retardado
Simplesmente por minha vontade!

Descobri que um sorriso no rosto, torna a vida mais leve!
E que um chá quentinho amorna a alma e aquece a esperança!
Agora, aproveito muito o inverno, pois sei que logo ali  será primavera!


Tenham um ótimo fim de semana!
Beijos!
Jossara Bes.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

MEUS GNOMOS DA FLORESTA

Minhas Fotos - ( 2012 )


Lembro da trilha estreita  que cortava a lavoura de tabaco!
Era da   largura da carroça, cujas rodas formaram dois profundos sulcos na terra batida. Logo depois da pequena elevação  dava pra ver a estrada maior, onde vez ou outra passava algum carro. Andando alguns minutos entre campos e roças, lá estava a pequena casinha, a beira da estrada.
Era muito pequena, mesmo! As paredes eram feitas de tabuas grosseiras e com muitas frestas, e o telhado era coberto de capim santa fé.
Os moradores da pequena casa eram dois seres enigmáticos, pois ninguém da vila sabia ao certo como eles foram para ali.
Eram negros, e o que se dizia mais velho, era tão velho que quase não se entendia o que falava, tinha uma voz um tanto fanhosa e a falta de dentes dificultava ainda mais. O outro tinha o tamanho de um menino de oito, nove anos mais ou menos, era surdo mudo e também muito velho!
Os dois passavam os dias ajudando o dono da terra onde eles moravam, e nas horas de folga juntavam  pinhão, pois existiam muitos pinheiros naquela região. Ou então passeavam nas casas dos moradores. Minha mãe não gostava quando eles apareciam lá em casa.
Eu tinha a maior curiosidade de ir  à casa deles, porém todos botavam medo nas crianças e qualquer  travessura, lá vinha a ameaça:
- Vou dar você para o Mantino e o Mudinho! Assim, eram chamados!
Numa tarde de inverno enquanto perambulava pelas estradinhas de terra com meus amigos imaginários,  quando me dei por conta estava na frente da casinha!
Fui caminhando bem devagarzinho, e  fiquei parada  na pequena porta! Lá estavam os dois!

Essa imagem ficou na minha memória feito uma fotografia!
No centro da pequena casa de chão batido, havia uma pequena fogueira. Sobre o fogo, uma panelinha de ferro pendurada, e os dois sentados num banquinho de madeira sem encosto, me olhavam e sorriam!
Corri  os olhos pela minúscula casa! Contra uma  das paredes havia uma prateleira muito encardida  com dois pratos  esmaltados,  duas canequinhas e um balde com água.
Em um dos cantos, algumas  tabuas com um dos lados elevado, servia de cama.
Mantino e Mudinho ficaram me olhando e sorrindo, acho que sem saber o que fazer. Mudinho ria tanto que fazia um som estranho, algo parecido a um gemido e Matino tinha um olhar doce, parecia envergonhado.
Entrei, sentei num tijolo que tinha do outro lado da fogueira. O cheiro de fumaça era intenso!
Mantino levantou e pegou um dos pratos, retirou alguns pinhões da panelinha preta e me alcançou.  Coloquei o prato sobre as pernas e ficamos ali os três, em silêncio sorrindo.
Comi e fui para casa! 
Feliz, contei para minha mãe que tinha ido passear na casa do Mantino! Ela ficou muito brava! Disse para mim nunca mais fazer isso! Fez um monte de perguntas! E se não havia ficado com nojo de comer lá. É claro que não!

Na época, não entendi porque minha mãe ficara tão nervosa!
Imagine! 
Uma menininha de sete ou oito anos, lá no meio do mato com dois negros retardados!
Essa  imagem era a que os adultos tinham deles.
O tempo passou!
Fiquei sabendo que a pequena casa pegou fogo e os dois morreram carbonizados! Ou melhor, sumiram! Viraram cinzas!
Ninguém nunca soube de onde eles apareceram! 
Rezo para eles, às vezes! 
Meus gnomos da floresta!

Beijos a todos!

Jossara Bes.

sábado, 16 de junho de 2012

SIMPLESMENTE FELICIDADE

Minhas Fotos - ( 2012 )


Houve um tempo,
Que havia poucas roupas no armário!
O tempo, contava-se no calendário!
E as vivências,  anotava-se num diário!

Houve um tempo,
Em que as casas não precisavam grades!
Coisas ruins eram histórias de grandes cidades!
Respeitava-se quem tinha mais idade!
Aprendia-se honrar a palavra verdade!

Houve um tempo
Onde viver bem era felicidade!
Felicidade,  era ter o suficiente!
Suficiente, era não sentir necessidade!

Houve um tempo
Onde felicidade era algo muito simples!

Tenham um lindo domingo!
Beijos!
Jossara Bes.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

MINHA LAGOA AZUL DE CÉU

Minhas Fotos - 2012



Criança tem mesmo algumas coisas muito esquisitas! Diferentes!
Quando eu era pequena, naqueles dias de verão em que ocorrem aquelas pancadas de chuva, e logo depois o sol volta a brilhar, eu e meus irmãos  saiamos para brincar.
Nas laterais das estradas de terra formavam   fendas ( valetas ).
A água da chuva transformava as valetas num longo e  lindo riacho, com pequenas cachoeiras!
Andávamos quilômetros por dentro da água, imaginando estar navegando num enorme rio. A pele dos pés ficava enrugada!

Quando eu encontrava uma poça d’agua, ficava na borda olhando para o centro onde refletia o azul do céu.
Então,  num passe de mágica aquela pequena poça, transformava-se num lago enorme!
Imaginava, (ou acreditava ) que o   lago era sem fim! Sem fundo! E  se eu caísse dentro, não sairia nunca mais! Ou ficaria caindo para sempre! Numa queda interminável!

O mais incrível, é que eu entrava num estado de transe, (não sei se é essa a palavra),  olhando fixamente  a “imensidão” azul, que na verdade, não passava de  poucos centímetros.
As pequenas lagoas azuis de céu me hipnotizavam!
Eu achava um jeito,  me separava dos meus irmãos e  de meus amigos para ficar “encantada” !
Isso durou muitos e muitos verões! 

Numa dessas ocasiões, lá estava eu em prantos a margem de minha lagoa encantada, quando minha mãe foi ver o que estava acontecendo.
Nunca consegui explicar para minha mãe!
Então, ela observou minha lagoa, olhou, olhou, pois imaginou que pudesse ter algum “bicho” dentro d’agua.
Perguntou do que eu estava com medo?
Eu soluçando, apontava o dedinho para a água. Minha mãe segurou minha mão, e colocou os pés na pequena  poça.

Então, minha lagoa azul de céu se encheu de ondas revoltas, que batiam nos tornozelos  de minha mãe, tentando expulsá-la.
O lindo azul de céu transformou-se!  A água ficou lamacenta! E o encanto acabou!

Nunca mais minha lagoa azul de céu me encantou!
Porém, até hoje quando chove em dias de verão, procuro discretamente uma poça d’agua na esperança de descobrir  o “ser” que me encantava!
Na minha lagoa azul de céu!

Beijos!
Tenham um lindo dia!
Jossara Bes.