Minhas Fotos - 2012
Criança
tem mesmo algumas coisas muito esquisitas! Diferentes!
Quando
eu era pequena, naqueles dias de verão em que ocorrem aquelas pancadas de
chuva, e logo depois o sol volta a brilhar, eu e meus irmãos saiamos para brincar.
Nas laterais das estradas de terra formavam fendas
( valetas ).
A água
da chuva transformava as valetas num longo e lindo riacho, com pequenas cachoeiras!
Andávamos quilômetros por dentro da água,
imaginando estar navegando num enorme rio. A pele dos pés ficava enrugada!
Quando
eu encontrava uma poça d’agua, ficava na borda olhando para o centro onde
refletia o azul do céu.
Então, num passe de mágica aquela
pequena poça, transformava-se num lago enorme!
Imaginava,
(ou acreditava ) que o lago era sem fim! Sem fundo! E se eu caísse dentro, não sairia nunca mais! Ou
ficaria caindo para sempre! Numa queda interminável!
O mais incrível,
é que eu entrava num estado de transe, (não sei se é essa a palavra), olhando fixamente a “imensidão” azul, que na verdade, não passava de poucos centímetros.
As
pequenas lagoas azuis de céu me hipnotizavam!
Eu achava
um jeito, me separava dos meus irmãos e de meus amigos para ficar “encantada” !
Isso durou
muitos e muitos verões!
Numa
dessas ocasiões, lá estava eu em prantos a margem de minha lagoa encantada,
quando minha mãe foi ver o que estava acontecendo.
Nunca
consegui explicar para minha mãe!
Então,
ela observou minha lagoa, olhou, olhou, pois imaginou que pudesse ter algum “bicho”
dentro d’agua.
Perguntou do que eu estava com medo?
Eu
soluçando, apontava o dedinho para a água. Minha mãe segurou minha mão, e
colocou os pés na pequena poça.
Então,
minha lagoa azul de céu se encheu de ondas revoltas, que batiam nos tornozelos de minha mãe, tentando expulsá-la.
O lindo
azul de céu transformou-se! A água ficou
lamacenta! E o encanto acabou!
Nunca
mais minha lagoa azul de céu me encantou!
Porém,
até hoje quando chove em dias de verão, procuro discretamente uma poça d’agua
na esperança de descobrir o “ser” que me
encantava!
Na minha lagoa azul de céu!
Beijos!
Tenham
um lindo dia!
Jossara
Bes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIDERVAL TENÓRIO13 de junho de 2012 20:13
ResponderExcluirEsta tal de infância e quando cheia de felicidades faz parte do alicerce seguro de um ser humano . Como uma infância farta alimenta uma vida por toda a sua existência. Belo o seu relato,bela essa sua infância,bela essa sua vida. Na minha infância muitos foram os banhos de chuvas e muitas foram a poças dágua como um grande espelho refletir o céu e vida.Parabens e continue documentando os belos momentos da vida.
Olá! Jossara...
ResponderExcluirFizeste-me recordar os meus tempos de infancia...
Quando eu tinha os meus 7 ou 8 anitos, ía para a escola e sempre que via uma poça de água, lá ía eu molhar os pés, fosse de Inverno ou fosse Outono ou Primavera (aqui, no Algarve, não chove no Verão).
AH! QUE SAUDADES DESSE TEMPO.
Beijo
que outras lagoas te encante jos-sara. que outras lagoas conquistem sua imaginaçao. abraços lamarque
ResponderExcluirOi Jossara,
ResponderExcluirEu tb caminhava na enxurrada, mas escondida de minha mãe, pois ela falava dos micróbios, bactérias e todas aquelas coisas assustadoras. Nunca vi lagoas, acho que era menos romântica do que vc, mas colocava barquinhos de papel na enxurrada para v~e-los serem levados pelas águas.
Beijos 1000 e um restinho de semana maravilhoso para vc.
www.gosto-disto.com
Olá Jossara.
ResponderExcluir“Criança tem mesmo algumas coisas muito esquisitas”. De fato: Tem encantamento, poesia, magia, imaginação, sonho, fantasia... Depois crescemos e ficamos esquisitamente desencantados.
Um abração e bom final de semana..