Minhas Fotos - 2016
Queridos
amigos,
Acredito
que sou um pouco de cada pessoa que passou ou está, na minha vida.
Alguns
me alimentam de esperança, me impulsionam!
Outros me mostram como não quero
ser!
Pensando
nisso, lembrei meu primeiro emprego.
Na
época estava com 11 para 12 anos.
Uma
caipirinha mirradinha, recém chegada do interior.
Viemos para cidade, pois
minha mãe estava muito doente e necessitava constantemente tratamento médico.
O
padre da comunidade foi nos visitar e levar a Comunhão ( Santa Hóstia) para
minha mãe. Penalizado, acredito, com a situação de nossa família, pediu para
minha mãe, se eu poderia ajudar uma vez por semana sua irmã, nas tarefas da
casa.
Sem titubear, ela concordou, e
daquele dia em diante, passei a ser, “a
que limpava a casa do padre”.
Meus
irmãos riam de mim.
Eu
chorava, sentindo-me envergonhada e triste.
Minha
mãe me animava dizendo que trabalho não era, e nunca seria vergonhoso, e que
eles estavam com inveja de mim!
A
irmã do padre era uma senhora bem mais velha que minha mãe. Muito alta e magra. Usava óculos grossos e me parecia que as
lentes eram escuras. Quase
não sorria, porém, tinha uma conversa mansa e me tratava com delicadeza.
Não
lembro se me pagava com dinheiro, mas lembro muito bem, que enchia uma sacola
com mantimentos e eu voltava para casa feliz.
Enquanto
me ensinava limpar o chão, tirar pó,
lavar e passar a roupa, também me ensinava para a vida!
Dizia-me
que uma situação não fica ruim para sempre, porém, eu deveria me esforçar ao
máximo para melhorar.
Perguntava-me onde eu gostaria de morar e o
que eu gostaria de ser depois de estudar.
Eu sabia que queria morar numa casa linda,
limpa e grande, igual a dela, mas confesso nunca soube ao certo o que eu
gostaria de ser.
Num
desses dias, percebendo que eu estava com frio, me levou para um cômodo repleto
de roupas.
Explicou-me
que eram peças vindas da Alemanha e seriam doadas aos necessitados.
Separou
algumas coisas para mim, porém, uma peça
em especial!
Um
blazer azul com listrinhas mais escuras,
parecido com risca de giz. Disse-me ser alta costura!
Fiquei
orgulhosa, com muita pressa de chegar em casa e mostrar para minhas
irmãs.
Minha
mãe achou o blazer lindo, porém, minhas
irmãs, se dobravam de rir do “casaco cafona”, pois estavam na fase do jeans,
All Star (tênis) e camisetinhas.
Fiquei
decepcionada!
Guardei
o blazer com muito cuidado e carinho.
Não
usei muitas vezes, porém, o blazer azul foi
um símbolo para mim.
Graças
a irmã do padre, (infelizmente não lembro
o nome dela), sei limpar minha
casa, e me viro muito bem quando não consigo alguém para me ajudar.
Adoro
roupas esportivas, inclusive jeans, camisetas e All Star, e sou apaixonada por
roupas de alfaiataria, bem cortadas, bem
acabadas.
Há
alguns anos, doei o blazer azul para campanha do agasalho.
Confesso
que se fosse hoje, eu o guardaria num lugar especial, pois significou muito
para mim, porém, mais importante, foram
às coisas para a vida, que a querida irmã do padre me ensinou!
Que
Deus a abençoe, onde ela estiver!
Beijos!
Jossara
Bes.