Naquele tempo, a felicidade passeava por entre os canteiros de couve e salsinhas, disfarçada no perfume bom da erva cidreira!
Também, ondulava na calmaria transparente do riachinho,
nas flores miúdas, espalhadas pelo caminho
ou, distraída no bico de algum passarinho!
Naquele tempo bom, de afetos sem palavras e afagos sem toques, meu coração voejava ventaneiro, nutrido de delicadezas e encantamentos, pois todas as manhãs quando eu abria meus olhos, lá estava ela, soprando esperanças no meu despertar!
Minha mãe era a ultima pessoa que eu via a noite, e a primeira, quando eu acordava!
No olhar de minha mãe, via as certezas do mundo e a coragem que eu precisava para enfrentar o que a vida me apresentasse!
Eu via o amor se materializando!
No trigo que virava pão,
nas roupas costuradas a mão,
no afofar das palhas, do colchão
e, no peneirar de feijão!
Dia inteiros, noite afora,
Com Deus e Nossa Senhora!
A bênção minha mãe, inspiração da minha poesia!
Texto e fotografia de Jossara Bes.
Publicado no jornal Gazeta do Sul - Dia 07/05/2022.
Gratidão!