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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

MINHA MÃE QUE ME ENSINOU


 

Minha mãe me ensinou a sempre ter muita fé!

Quando eu era bem pequena, ter fé, para mim, significava apenas rezar com devoção acreditando na Palavra Sagrada!

Com o passar do tempo, “fé”, no meu humilde entendimento, passou a ser  exercício de esperança, não no sentido de esperar, mas sim, no sentido de acreditar, perseverar e ativar  o positivo de meu Ser!

Minha mãe me ensinou também, que  aprender, exige  honestidade com nosso coração! E para ser honesto com meu coração, seria preciso sempre agir com completude, em todos os segmentos da vida! 

Sigo pela vida com muita fé, assim como minha mãe me ensinou!

Aprendo honestamente, de coração aberto! Errando e acertando, caindo e levantando, mas sempre acreditando na vida e no poder sagrado que habita meu Ser!

... E todos os dias, quando o sol se levanta no horizonte, posso sentir a divindade pulsante do Universo ativando o melhor de mim!

Gratidão!

 

Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A CASA DE DONA TÉIA


 

Hoje acordei com dona Téia no pensamento!

Doces lembranças da meninice despertando junto com o dia!

 

 

Eu amava dona Téia!

Fugia de casa para ficar na casa dela, com ela!

Não me lembro de nossas conversas, mas lembro seu olhar debruçado na maquina de costura de frente para a janela!

Janela privilegiada!

Com vistas para a subprefeitura e a venda do seu Romano.

 

A casa de dona Téia tinha cheiro de roupa nova e cera de chão!

Por sinal, o chão me parecia um  “um espelho” de tão limpo!

Na porta de entrada, havia vários pedaços de pelego de lã de ovelha. Os calçados de quem chegasse ficavam do lado de fora, e a gente pisava nos peleguinhos para se locomover pela casa.

Eu adorava deslizar nos peleguinhos, da cozinha até a janela da frente!

Quando cansava, me sentava na caixa da lenha, se não me falha a memória, era azul,  observando dona Téia costurar, recortar os tecidos e transformar em lindas peças.

Nesses momentos, eu sonhava com vestidos novos e calças costuradas a maquina!

 

Na horta, hortaliças e muitas flores!

Minhas preferidas eram as “Papoulas”, pois o centro era duro e transformava-se numa bonequinha com saia de pétalas.

Levei muita bronca de minha amada mãe, por  fugir de casa para ir na dona Téia.

A casa da dona Téia tinha gosto de ternura!

 

Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.

sábado, 1 de janeiro de 2022

APROVADO OU REPROVADO


 

Naquele tempo, o ano terminava no dia da entrega do “boletim escolar”!

Nesse mesmo dia, também ficava determinado, os que  teriam um “feliz ano novo”, ou não tão novo assim, muito menos, “feliz”!

“Feliz ano novo”, naquele tempo, se traduzia na palavra “Aprovado”, bem escrita,  destacada no ultimo quadrado do boletim, acompanhada de alguns elogios muito significativos!

Já, o grupo dos predestinados a ter “um ano não tão bom”, se resumia na triste palavra “Reprovado”, destacada na cor vermelho, também no ultimo quadrado do boletim! Acompanhado de recomendações para o próximo ano!

Naquele tempo, ser aprovado na escola significava apenas, dever cumprido! Não era necessário ser parabenizado, nem mesmo ser presenteado, pois passar de ano era mero compromisso!

Já, os reprovados, assim como a cor vermelha, representava sinal de alerta, não cumprimento de seu dever! E naquele tempo, ser interpretado como irresponsável, doía! No corpo e na mente!

Nossos pais demonstravam sua insatisfação, sem medo de causar traumas ou rebeldias!

Estar “aprovado” era o presságio de um “feliz ano novo”, pois significava coisas novas para descobrir e muitas coisas diferentes para aprender! E as novidades daquele tempo  era feito um passaporte, uma autorização! Assim como por exemplo, poder trabalhar na horta (capinar, plantar, regar, colher, ajudar fazer a sopa para a merenda...) Mas, a melhor coisa de cada mês, era esperar a chegada do caminhão da “UMIT”!  Aprendia-se, técnicas domésticas, agrícolas, comerciais e  assuntos lá da cidade!

Já, “os reprovados”, ficavam predestinados a “repetir o ano” (como se isso fosse possível, ou melhor, naquele tempo era possível, pois as coisas mudavam muito devagar!) Então, faziam as  mesmas coisas do ano que passou, com o diferencial de ser tachados, “os orelhas de burro”!

Naquele tempo, a gente aprendia também, “falar fluentemente sem palavras”,  pois ser espontânea, quase sempre traziam consequências não tão agradáveis! Não chamávamos os reprovados de “orelhas de burro, mas sim, discretamente, a gente “relinchava” quando algum deles se aproximava!

Então, como naquele tempo, tempo “bão”, desejo para mim e para você, um ano novo com todos os significados simples, doces, puros e ternurentos   da  criança brincadeira, que vive em cada um de nós!

APROVADO

Que Deus nos abençoe!

 

Feliz 2022!

Texto e fotografia de Jossara Bes.