COMENDO COM OS OLHOS

 

Outro dia, enquanto esperava o horário de abertura de uma loja, fui até a padaria tomar um café!

Enquanto examinava o cardápio decidindo o que pedir, me veio na lembrança, quantas foram às vezes, que senti vontade de entrar numa padaria para comer e não tinha dinheiro.

 

Naquele tempo, o cheiro bom do bolo amanteigado enchia minha boca d’agua,

e eu só podia “comer com os olhos”, mas o estômago continuava roncando!

 

Hoje, o simples fato de poder escolher o que comer e  beber, fez toda diferença no sabor da torrada e café com leite!

 

 

“Coração alegre, bom remédio!”

 

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

 

COMO SE LIVRAR DO MEDO

 

Naquele tempo, o medo mais arrepiante que eu sentia, era o medo da escuridão!

Assim que minha cabeça encostava-se ao travesseiro, meus olhos se fechavam!

E só voltavam a se abrir, quanto o dia me espiava pelas frestas das paredes!

 

Certo dia, minha vó me ensinou uma reza!

Me disse, que se eu rezasse antes de dormir e também, antes de levantar, nada de mal me aconteceria!

E assim, ela rezava comigo, antes de dormir e ao acordar:

 

“Com Deus eu me deito

Com Deus me levanto

Com a graça de Deus e o  divino Espírito Santo!

Nossa Senhora do Pranto nos cubra com o vosso manto,

Se nós bem coberto for,

Não teremos medo nem pavor, nem de coisas que mal for!

Se nós dormir, acordai-me,

Se nós morrer, alumia-me, com as três velas das três pessoas,

As três pessoas distintas e um só Deus verdadeiro, que são:

Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo,

Amém”!

Finalizava fazendo  o Sinal da Cruz!

 

Com essa reza  que minha vó me ensinou, eu imobilizava o bicho papão que morava (e ainda mora) embaixo da minha cama, e todas as outras criaturas que se materializavam na escuridão daquelas noites da minha infância!

 

...E assim a vida seguia, do jeito que Deus mandava!

 

 

“Coração alegre, bom remédio”!

 

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

 

QUAL É SEU SOBRENOME?

 

Naquele tempo, no meu pequeno lugarejo, eu sabia o nome e o sobrenome de todas as pessoas que lá viviam!

O sobrenome, era uma espécie de “currículo familiar”, nele estava impresso as características mais marcantes da família.  E  naquele tempo, o “sobrenome” valia muito, ou então, não valia nada!

 

O sobrenome identificava: “os briguentos”, “os velhacos”, “ “a bagacerada”, “os bêbados”, “os   ladrões”, “os preguiçosos”, “ os de gente ruim” e por aí afora...

 

O sobrenome considerado mais importante, que valia ouro, era o de “família trabalhadeira”! 

Sobrenome esse, cobiçado pelos pais de moças solteiras, pois, “trabalhadeira” naquele tempo, significava que a vida seria boa!

E “vida boa”, não era sinônimo de vida fácil, muito pelo contrário!

 

Mas por lá, também havia “os de gente rica”, esses, poucos, quase inacessíveis, a gente nem ousava “olhar”!

 

Naquele tempo, de gentes simples e sabias, “trabalhadeira”, era a melhor qualidade de uma pessoa, o titulo mais importante uma família de bem!

 

E assim,...

o dia clareava,

a noite chegava

e vida seguia...

 

“Coração alegre,...bom remédio”!

 

Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.

 

 

 

 

 

 

PARA ALEGRAR O CORAÇÃO

 

Respire,... Preste atenção,

Pense, com muito carinho

Três coisas,.. ai, bem pertinho,

Que alegram seu coração!

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Pensou?

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Se quiser compartilhar,

Me conta;

O que faz teu coração se alegrar?

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”Coração alegre, bom remédio”!

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Beijo carinhoso!

Texto e fotografia de Jossara Bes.