Minha
mãe um dia me contou, que quando nasci ela sofreu muito!
Horas
e horas de dores e pavores, pois eu estava nascendo e a gravidez só tinha 7
meses.
Minha
mãe morava lá, no meu pequeno lugarejo, distante de recursos, como ela falava, um
fim de mundo encantado, morada de
parteiras e rezadeiras!
Me
contou, que nasci sentada e com as pernas defeituosas!
Tão miúda,
que minha avó paterna, parteira, disse
nunca ter visto viver, uma “criatura” tão pequetita!
Minhas
poucas roupas não serviram!
Minha
vó me “enfaixava” do pescoço para baixo, feito uma pequena múmia, assim
mantinha minha perninhas retas, enquanto
me aquecia no fogão a lenha.
Minha
mãe disse ter chorado muito, pois ouvia minha vó na cozinha, comentar com meu
pai que eu não “vingaria”!
Ela
rezava para Nossa Senhora, e disse nunca
ter deixado de acreditar que eu não morreria!
Minha
mãe estava certa!
Cresci
saudável e com pernas retinhas!
Passado
o perigo era tempo de comer muito açúcar!
É
sim!
Muitas
vezes, durante a noite, minha vó me acordava e “enfiava” uma colherada de
açúcar na minha boca, eu resmungava e engolia!
Durante
toda minha infância foi assim!
Quando
fiquei maiorzinha, era chegada a hora de tomar “vinho ferrado”.
Religiosamente,
um cálice, tipo licor, todos os dias!
Já na
minha adolescência, uma tia que morava no hospital da cidade, trabalhando de
parteira e enfermeira, levava vitaminas para eu ficar mais fortinha.
Tomei
tantos comprimidos não sei de que, por tanto tempo, que só o cheiro me enjoava.
O
tempo passou! Nunca fiquei muito grande!
Sou
a mais miúda da família.
Graças
a Deus, tenho o mesmo peso desde os meus 14 anos proporcional a minha altura.
Tudo
isso por conta delas, mulheres divinas,
que encantaram meu viver!
Me
encantaram! Pois, as vezes, acordo com asas de borboletas, querendo voar, encontrar meus sonhos!
Outras
vezes sou passarinho, preciso cantar e
cantar!
Às
vezes, enquanto coloco roupas no varal, posso ouvir suas vozes trazidas pelos
ventos, e até mesmo sentir o perfume!
Cheiro
de amor!
Sublime
amor!
Minha
eterna gratidão as divinas mulheres da
minha vida!
Meu
abraço carinhoso a todas as mulheres!
Beijos!
Jossara
Bes. (Texto escrito em março de 2015)