Minhas Fotos - 2013
Queridos
Amigos!
A
partir de amanhã, esse conto fará parte de um livro de contos da cidade de Santo
Ângelo – RS. Participei de um concurso literário – Concurso Aparicio Silva
Rillo, sendo que meu conto, foi um dos
selecionados.
Fiquei
muito feliz, pois é um dos que mais gosto, dos tantos que já escrevi.
São
memórias de minha infância! Memórias do meu coração, assim como todo o conteúdo
do meu blog.
Postei,
há algum tempo, talvez vocês lembrem!
Obrigado
a todos vocês que lêem minhas produções!
EU SABIA TANTAS COISAS
Eu sempre soube que o mundo era redondo, pois
meu mundo era um circulo rodeado de montanhas.
Montes verdes, que guardavam o sol e traziam
a lua!
Meu mundo era recortado por estradinhas
poeirentas, das quais meus pés conheciam pedra por pedra!
Meu mundo era largo! Da largura do horizonte
alaranjado dos finais de tarde!
Das montanhas do meu mundo, eu sabia de cada
pé de guaiava, pitangueira, araticum, guabiroba, uvaia, sete capotes, amora,
guamirim e tantas outras!
Eu sabia o nome de cada pessoa que ali vivia!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
Eu sabia que chá de marcela morno, era bom
para os males do aparelho digestivo, e bem quente misturado com gemada, tomado antes de dormir,
curava qualquer resfriado.
Para qualquer pancada, inclusive as
provocadas por papai, aplicava-se
compressas com salmora.
Quando a “coisa era muito feia”, as garrafadas de ervas em infusão na
cachaça entravam em cena.
Cortes, e olha que teve alguns de arrepiar!
Bastava colocar banha de porco e pronto, cicatrizava tudo!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
Para outros males que eu nem sabia o nome,
pois só quem sabia de tudo era vovó Ziroca, minha avó paterna. Benzia com ramos
verdes, água pura e por vezes cortava os “males” com uma tesoura.
Ela não me benzia, porque eu não conseguia
ficar sem rir. Ela tomava como desrespeito, mas na verdade eu só achava
engraçado!
Vovó fazia vinho ferrado. Tomei isso durante toda minha infância, pois eu era
muito “miudinha”.
Na verdade minha vó era a “médica” da vila, além de parteira,
sabia curar as pessoas apenas com ervas, Pai Nossos e Ave Marias!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
Eu sabia, que em alguns dias do mês minhas
irmãs mais velhas não podiam tomar banho no rio. Isso era um mistério!
Eu sabia que quando um galo cantava fora de
hora, uma moça estava sendo roubada de casa!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
Eu sabia que se a tempestade viesse forte, uma cruz feita com
sal na mesa da cozinha, dividia a força da ventania pela metade, porém houve um
dia que não resolveu, e o pinheiro partiu nossa casa ao meio!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
Eu sabia carregar (municiar) os cartuchos da
espingarda do meu pai, também sabia atirar com ela!
Eu sabia fazer bodoque com forquilha de
marmelo e borracha de pneu!
Sabia fazer arapuca para pegar passarinho!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
Eu sabia andar a cavalo sem arreio nenhum!
Sabia represar o riacho para que ficasse mais
fundo!
Sabia onde a água era boa para beber!
Ah! Eu sabia tantas coisas!
E todas essas coisas, são apenas algumas das
coisas, de todas as coisas que eu sabia!
Coisas que aprendi nos primeiros 11 anos de
minha vida!
Ah! Eu sabia tantas coisas, que hoje nem sei
pra que servem as coisas que eu sabia!
Beijos!
Jossara Bes.
Parabéns pelo conto, regionalista e sensível. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirOlá, bom dia, Jossara Bess
ResponderExcluirHoje, é sábado. Na minha Sampa, estamos na Primavera. Tempo de frio e ventos, tudo juntos e misturados. Mas, certamente não falta o aquecimento humano em quaisquer lugar, onde encontra-se uma Alma, amiga e admirável.
Por isso, desejo-te, um fim de semana bom. Com alegrias e contentamentos mil.
Além do meu Sentimento de Amizade. Saúde e Paz. Estou te esperando, para falarmos do " tempo", lá na minha página.
Um abraço, do tamanho dos seus sonhos.
Oi, querida Jossara!
ResponderExcluirParabéns por seu conto ter sido selecionado.
As coisas que você sabia e que ainda hoje sabe, servem para escrever textos desses, que me levam o olhar e o coração.
Doçura, serenidade e ternura, ingredientes essenciais para o bolo do amor e do carinho.
Bom fim semana.
Beijos da Luz.
Parabéns, Amiga!!!
ResponderExcluirAdorei saber do reconhecimento de seu talento. Desejo-lhe muito Sucesso e espero que breve tenhamos uma sessão de autógrafos para lançamento de um livro só seu.
As histórias da tua infância são também as de muitos de nós. E, como sabemos coisas nesse tempo de descobertas e de inocência. Muito vi da minha sabedoria infantil em teu conto.
Amei!!!
Beijão!!
PARABÉNS!
ResponderExcluirSem dúvida que és merecedora desta distinção, porque além de estar perfeito, contem muitos ensinamentos.
Cumprimentos.
A alegria de viver maior que podemos
ResponderExcluirdemonstrar é quando nossa vida
esta de alguma forma atingida por algum problema
em nossas vidas.
Quanto tudo esta bem é fácil parece termos tudo
que nada desmorona ,
que estaremos sempre acima de tudo.
Eu tenho visto isso no longo da minha vida
a falta de despreparo para enfrentar
prováveis empecilhos .
A fé tem um poder enorme uma das maiores armas
nos da força e a certeza de
que nunca estaremos sozinhas.
Venho agradecer sua presença
e tenha certeza a verdadeira amizade
é um amor que o tempo não destrói.
Todos nós somos passivos de erro
e dignos de perdão.
Em minha postagem deixo um cainho
e uma alerta ,que acredito exponho
um grande amor por todos.
Um Domingo na paz e na luz.
Beijos carinhos e afagos na sua alma linda.
Evanir.
Oi Jossara,
ResponderExcluirO conto está lindo d+! Eu fui uma garotinha urbana, mas eu sabia que no meu quintal tinha duendes e sabia o cantinho que eles moravam. Só não contava para ninguém, com medo que eles desaparecessem.
Como o seu conto não vai desaparecer, vou contar lá no FB, para mais gente saber dele.
Aproveite a semana!
Bjs
GOSTO DISTO!
Oi Jossara,
ResponderExcluirPubliquei na Fan Page do blog, lá no FB.
https://www.facebook.com/gostodistoBR
Até agora 63 pessoas já viram o post.
Bjs
Que lindo conto amiga Jossara, amei ler, bem merecido ter sido escolhido, meus mais sinceros parabéns!
ResponderExcluirAo ler aqui me senti criança, também sabia, assim como você, tantas coisas, embora tenha nascido e vivido sempre em uma cidade grande, São Paulo capital, mas na minha infância era ainda uma cidade muito linda sem tantos problemas, mesmo porque eu tinha quintal lindo, minha avó também paterna e meu avô sempre me contavam os "causos", minha imaginação ia longe, aprendendo a cada dia, aprendi a ler contos de fadas, acreditava, era mesmo magia a minha infância assim como a sua minha linda amiga!
Abraços bem apertados, que ternura em cada palavra eu senti por aqui!
Lindo!
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